Em Tabatinga: Seca no Rio Solimões revela ruínas históricas da coroa portuguesa

 

Este ano, uma seca severa vem acometendo a região do Alto Solimões, no Amazonas, que vem batendo recordes e já levou à declaração, na última quarta-feira, 28, de emergência para todos os 62 municípios do estado. Nesse cenário, após uma baixa no nível da água do Rio Solimões, ruínas de um antigo forte português extremamente importante para a história da região foram encontradas na margem esquerda do rio.

Construído no século 18, o forte, segundo o g1, foi uma peça-chave para que Portugal triunfasse sobre os espanhóis na região, em uma época de grande disputa territorial da Amazônia. Ele, que desempenhou papel estratégico na defesa contra as expedições espanholas, estava submerso no rio, mas com a seca recente — a maior dos últimos 40 anos —, voltou a aparecer.

Quando o forte incialmente foi fundado no dia 15 de julho de 1766 pelo Sargento-mor Domingos Franco, acompanhados de novos soldados, era apenas de taipa, coberto de palha, posteriormente foi feito de alvenaria entre 1872 e 1874, descreve o historiador Luiz Ataíde, que estuda o local há 20 anos.

Símbolo de resistência

No século 18, a disputa territorial na região da fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru foi marcada por dois eventos históricos: o Tratado de Madri (1750), que garantiu a soberania portuguesa na área; e o Tratado de Santo Idelfonso (1777), em que a coroa espanhola pediu a área do Alto Solimões de volta a Portugal.

Na época, então, para honrar a coragem dos militares que lutaram contra a Espanha na região, o Exército Brasileiro construiu um memorial reproduzindo parte da estrutura do antigo forte. O local ainda hoje pode ser visitado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, no Parque Zoobotânico de Tabatinga.

"A ação desses militares apoiados pela população foi de fundamental importância para que esse território se mantivesse nas mãos da coroa portuguesa, o que posteriormente seria Brasil", explica o sargento Bruno, curador do memorial.

 Em 1932, porém, o Forte São Francisco Xavier foi inundado pelas águas do Solimões, e ainda assim hoje segue como um símbolo de resistência. Hoje, está inscrito no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Confira imagens das ruínas:

Ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga / Crédito:Divulgação/Rede Amazônica/Roney Elias


Fonte: Aventuras na Historia

 

 

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